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Comunicação

Mídias




  • Novos receptores de rádio

    Em 2008, 37% dos celulares tinham receptores de rádio. Em 2010, esse número cresceu 20%.

    O futuro é um bolo muito bem enfeitado, mas que ninguém sabe o gosto que tem. Pois bem, na radiodifusão, é assunto corriqueiro o que está por acontecer com a digitalização do rádio e da televisão. No entanto, o que os gestores das emissoras estão deixando em segundo plano é que tal mudança já começou e tem consequências diretas nas opiniões dos que escutam e fazem o rádio e a televisão.

    No caso do rádio, uma das referências diretas de que o veículo está passando por uma mudança nesse momento são os receptores. Como os ouvintes escutam o seu programa preferido? De certo, não podemos mais garantir que é em um aparelho de rádio. Hoje, celulares, players portáteis, computadores, entre outros eletro-eletrônicos, servem de receptores de ondas radiofônicas. Mas como o sinal de sua rádio está chegando a esse celular ou àquele mp4? Essa dúvida foi o tema da palestra ministrada pelo pesquisador e doutor em Comunicação da Umesp/São Paulo Flávio Archângelo, durante o Fala Nordeste 2010, e tratava dos receptores de rádio: indústria, comércio e desenvolvimento.

    De acordo com Flávio, uma das características mais marcantes do rádio, por vezes, está sendo negligenciada por conta da mobilidade dos tempos modernos: a qualidade do sinal de onde você estiver. Isso acontece por conta da necessidade de os aparelhos eletroportáteis serem multimídia, o que lhes dá muitas funções, mas não agrega excelência a nenhuma delas. Para se ter uma idéia do crescimento do rádio nos aparelhos multimídia, em 2008 uma pesquisa realizada pelo próprio Flávio Archângelo apresentou o impressionante número de 37% dos celulares contendo transmissores de rádio. “Em 2010, esse número cresceu no mínimo 20%”, afirmou Flávio. O pesquisador alertou também para a qualidade dos receptores e dos seus fabricantes. De acordo com ele, é imprescindível um bom aparelho receptor ter uma antena. “Muitos receptores de hoje não têm antena. Não só por questões de espaço nos aparelhos, mas também por estética, o que diminui a qualidade do sinal recebido e proporciona sobreposição de estações. Algo que prejudica muito a abrangência das emissoras”, completou. Em sua pesquisa, o paulista chegou a algumas conclusões que podem ajudar muito os empresários de radiodifusão. De acordo com ele, “É importante que os locutores e comunicadores façam, em seus programas, campanhas para as pessoas adquirirem equipamentos de boa qualidade”, finalizou Flávio.

    Em sua apresentação, o pesquisador alertou os radiodifusores da necessidade de o rádio assumir de vez o caráter multimídia. “Deve-se ter a consciência de que o progresso não irá se adaptar à radiodifusão, e sim o rádio terá que se adaptar ao mundo moderno”, afirmou Flávio. Ele falou também da importância, nesse processo, de o rádio não perder a relevância do conteúdo diferenciado. “O rádio é ao vivo, é falado, é íntimo dos que estão ouvindo. Dentro dos novos meios de comunicação, é muito valiosa essa interação com o próximo”, alertou o especialista. “Estamos em um processo de conquistas e reconquistas de mercado através da tecnologia, e a radiodifusão não pode parar nessa estrada. Deve caminhar em concordância com os avanços tecnológicos”, finalizou Flávio Archângelo.